No se asusten con la metáfora beisbolera que sólo desea indicar que los acontecimientos previos no se detuvieron sino que tuvieron consecuencias, ya que justo antes del receso navideño tuvimos dos mensajes muy importantes: El día 20 escribió María Dolores Boada desde Ecuador y el 21 Marcos Sorrentino desde Brasil.
Este último miembro de la delegación latinoamericana más importante en Ahmadabad, envío anexo un muy importante informe con nombre de cuento de las Mil y Una Noches (Relatos de Ahmadabad) el cual le da una perspectiva crítica hacia la región y realiza muy importantes propuestas.
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El día 20 María Dolores Boada desde Ecuador comentó:
Estimado Alejandro, gracias por la información compartida, coincido en la necesidad de una mejor organización de los educadores ambientales en Iberoamérica, pero considero también que la institucionalidad de la educación ambiental para el desarrollo sostenible aún es incipiente, sobre todo por la falta de estabilidad de nuestros decisores políticos y la consecuente ausencia de políticas de Estado que trasciendan los períodos de gobierno. Creo que existen espacios adecuados para lograr el posicionamiento de la educación ambiental, como el Foro de Ministros del Ambiente, el Foro de Ministros de Educación, por ejemplo, los Organismos de Cooperación Iberoamericana, en los cuales muchas veces la educación ambiental ha sido tratada superficialmente, quizá por ser transversal.
Por otro lado siento que nosotros como funcionarios públicos o directivos de organismos no gubernamentales que promovemos la E:A, no siempre estamos en sintonía con las demandas de los educadores ambientales que trabajan diariamente en las aulas, en la comunidad, en los gobiernos locales, sería entonces deseable que la Red propuesta integre también a representantes de estos sectores.
Por último comparto el deseo de apoyar la continuidad del PLACEA y PANACEA, porque precisamente a través de estos programas podemos avanzar con propuestas y actividades que contribuyan al desarrollo de la educación ambiental en nuestros países
Reciba mis mejores deseos para usted y su familia en estas festividades navideñas y que el próximo año se plasmen tus sueños y aspiraciones.
María Dolores Boada
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El 21 recibimos el mensaje de Marcos Sorrentino
Estimados Germán, Javier e demais interlocutores por uma EA Ibero-latino-americana protagônica no panorama planetário,
encaminho-lhes em anexo o Relatório de Ahmedabad elaborado pela equipe do Órgão Gestor da EA no Brasil que esteve na Conferência.
Objetivamos contribuir para os debates suscitados pela correspondência de Javier e com as suas propostas, com as quais concordamos plenamente.
Definimos como prioritário o nosso envolvimento com esta questão e estamos dialogando com nossos dirigentes´para que esta temática se materialize em propostas concretas de compromissos dos Ministros de Meio Ambiete na Reunião do Foro de Ministros da AL e Caribe, a realizar-se em Santo Domingo, em janeiro/fevereiro próximo.
Com os nossos cumprimentos, um abraço a todos e os nossos melhores desejos de um feliz 2008
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Aqui voy a transcribir unos breves fragmentos del informe realizado por Marcos Sorrentino, Rachel Trajber y Daniela Ferraz. El informe completo usted lo podrá encontrar en: http://docs.google.com/Doc?id=dhpdq4bw_1g2ch9wc6
Participação iberoamericana, brasileira e da juventude
A participação iberoamericana na Conferência foi bastante tímida e dispersa, o que contribuiu para dar uma sensação de sermos considerados periféricos nas atividades. Foram 3 pessoas do México (Universidade), uma de Cuba (governo), 3 da Costa Rica (Universidade/ Carta da Terra), um da Espanha (Universidade). Dos países lusófonos, somente o Brasil participou com uma representação um pouco maior, com três representantes governamentais e um grupo de 4 pessoas ligadas à Carta da Terra.
Perspectivas e Encaminhamentos
Apesar das críticas de educadores(as) brasileiros(as) à tendência de mudança do vocábulo de educação ambiental para educação para o desenvolvimento sustentável - que tem se verificado a partir da Rio 92, indicado no capítulo 36 da Agenda 21, aparecendo novamente como recomendação da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável da ONU em 1996 e na Declaração de Thessalonik em 1997, esta proposta ganhou força pela recomendação da Conferencia de Johannesburgo (Rio + 10) para que a ONU oficializasse uma Década para os esforços educativos para o meio ambiente.
A posição do Governo brasileiro, representado pelo Órgão Gestor da PNEA, é a de aproveitar a oportunidade da instituição da Década pela ONU para fortalecer a perspectiva que vem sendo construída pela EA Latino-americana nos últimos 30 anos. O Órgão Gestor ressalta a identidade brasileira com a educação ambiental como instrumento para a transformação social e voltado para a formação de sociedades sustentáveis, conceito construído na I Jornada Internacional de Educação Ambiental, que culminou no Fórum Global de Ongs e Movimentos Sociais - evento paralelo a Rio 92, e consolidado no Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (Anexo 3).
A resistência inicial de educadores e educadoras ambientais brasileiros(as) frente a Década, como pode ser exemplificado pelo Manifesto pela Educação Ambiental (Anexo 4), produzido durante o Congresso Ibero-Americano sobre Desenvolvimento Sustentável em junho de 2005, sinaliza os aspectos controversos da Década e do próprio vocábulo “educação para o desenvolvimento sustentável” que devem ser problematizados e trabalhados criticamente. Um exemplo diz respeito ao conceito de desenvolvimento, que mesmo o adjetivo sustentável, não dá conta de qualificar totalmente. Apontar uma finalidade para a educação também pode ser delicado, ainda mais quando se trata de uma finalidade desenvolvimentista. Outra preocupação é uma apropriação do termo educação para o desenvolvimento sustentável por setores pouco comprometidos com o caráter crítico e emancipatório com que a educação ambiental é identificada no Brasil, comprometida com a prática político-pedagógica contra-hegemônica e com a transformação social.
Apesar das críticas e controvérsias relativas a instituição da Década e do vocábulo escolhido para ela, existem muitos aspectos positivos que merecem ser potencializados e oportunizados. A instituição da Década pode ser considerada uma conquista para o campo educativo, como um sinal de destaque e reconhecimento de seu papel social para o enfrentamento da problemática socioambiental. Além disso, a possibilidade de compromisso compartilhado na criação de um futuro sustentável, envolvendo a reflexão e a ação na mudança de valores e comportamentos tanto no nível individual e coletivo como na esfera pública e privada. Estes aspectos são enfatizados no “Plano de Implementação Internacional” da Década (“International Implementation Scheme”), que foi elaborado por um grupo de parceiros das Nações Unidas, disponibilizado para consulta pública no final de 2003 e lançado em 2005. Este Plano indica uma ampla gama de possibilidades para a contribuição de parceiros para a implementação da Década, a partir de seus contextos particulares.
Outro aspecto positivo da Década é a relação com outras iniciativas internacionais, como por exemplo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, o movimento Educação para Todos e a Década das Nações Unidas da Alfabetização, com os quais compartilha alguns objetivos gerais, como a melhoria da qualidade de vida, principalmente para os mais pobres e marginalizados, bem como o alcance pleno dos direitos humanos, incluindo igualdade de gênero, redução da pobreza, democracia e cidadania ativa. Todos esses objetivos e diretrizes foram contextualizados, na fala dos palestrantes da Conferência, segundo a perspectiva de ação urgente frente ao aquecimento global progressivo. A convocação para ação foi a tônica constante da Conferência, como pode ser visto na Declaração de Ahmedabad (Anexo 1) e nas recomendações produzidas pelos Grupos de Trabalho.
Nesse sentido, o Órgão Gestor avaliou, com o seu Comitê Assessor, que uma das ações prioritárias para a implementação da Década no Brasil, que passa pela interlocução com toda a bagagem e identidade do campo da educação ambiental, é a constituição do Comitê Nacional da Década, a exemplo do que já acontece em outros países. Esse Comitê terá a função de planejar, articular e implementar ações vinculadas a Década, segundo o Plano Internacional e a Estratégia Regional Latino-americana. Além disso, o Comitê fará a interlocução com os demais Comitês Nacionais e com a Coordenação Geral da Década, junto a UNESCO.
Integração Latino-americana e Lusófona
A participação tanto Ibero-Americana, como de representantes da América Latina foi substancialmente pequena. Dentre os participantes brasileiros estavam Rachel Trajber (CGEA/MEC), Marcos Sorrentino (DEA/MMA), Daniela Ferraz (DEA/MMA), Moacir Gadotti (FEUSP, Instituto Paulo Freire, membro do Comitê Consultor da Conferência), Oscar Motomura (Instituto Amana-Key), Vitor Motomura (Instituto Amana-Key), Gabriela Monteiro (Iniciativa Jovem da Carta da Terra e também da Estratégia Juvenil TUNZA). Dos outros países dessas regiões havia representantes do México, de Cuba, da Costa Rica, da República Dominicana e da Espanha.
Esse cenário de fragilidade na participação Latino-americana em instâncias internacionais referentes a Década, bem como a tendência do Brasil assumir um papel progressivamente mais importante no protagonismo regional, por meio da integração política, geográfica e cultural na América Latina, inspira o Órgão Gestor a colocar a articulação regional como uma das estratégias prioritárias para a inserção brasileira no cenário internacional. Essa articulação passa pela reativação do Programa Latino-americano e Caribenho de Educação Ambiental-PLACEA.
Considerações Finais
Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável - para ambientalistas e educadores(as) ambientais de todo Planeta, ela não começou com a deliberação das Nações Unidas em 2002 e nem vai apenas de 2005 a 2014, pois esta luta remonta, na história da humanidade a todos os momentos onde questionou-se a degradação das condições ambientais e sociais de existência de vida e buscou-se caminhos educacionais para construção de alternativas sustentáveis de melhoria de qualidade de vida e de manutenção de condições de existência para as gerações futuras e para as demais espécies; remonta também, na história individual, aos momentos nos quais questionamos as obviedade do modo de produção e consumo e as nossas necessidades materiais simbólicas, buscando conhecimentos e comportamentos que nos tornam mais felizes de forma solidária, sincrônica e diacrônica, com toda a humanidade, seres vivos e sistemas naturais;
Ela também, não significa lidarmos apenas com a questão do desenvolvimento hegemonicamente capitalista e predador das sociedades atuais, organizadas em aproximadamente 200 Estados Nacionais. Assim como a questão ambiental e os desafios educacionais a ela associados não iniciam-se com a Década, esse momento é datado historicamente e deve significar um passo a mais na caminhada para a construção de Sociedades Sustentáveis.
Não é mais hora de ficar polarizando entre os conceitos da EA e EDS. Assim como no final dos anos 80 no início dos 90 tivemos que acolher os recém chegados ao ambientalismo, com suas propostas de reformas e aprimoramento no atual modo de produção e consumo, rotulando-as como “desenvolvimento sustentável” agora precisamos também acolher o discurso de uma educação para o desenvolvimento sustentável sem perdermos porém a radicalidade da compreensão que se reafirmou nestes últimos 20 anos - reformas superficiais não bastam! Acolher sim, os recém chegados e todos os simpatizantes que procuram a sustentabilidade de vida no Planeta, mas propiciar-lhes a compreensão e aprendizado sobre a profundidade e urgência das mudanças/transformações que são necessárias.
As mudanças que precisam ser feitas são processuais, com todos e radicais.
Quem traz os melhores e mais fortes indícios da essencialidade da radicalidade das transformações é o próprio clima.
É uma radicalidade pacífica! Exige o engajamento de corpo e alma de cada um e de cada sociedade. Exige questionarmos os conceitos de felicidade e utopia que pautam nossas vidas. É pacífica e democrática porque é diversa e não totalitária.
Ser processual, gradativa e com todos, não significa que possa ser demorada e que não tenha ideologia. É um Manifesto humanista e socialista contra a ganância e o enriquecimento à custa da exploração dos seres humanos e da natureza.
Sobre o pragamatismo na EDS:
Como sermos pragmáticos, sem abrir mão dos objetivos, conceitos, fundamentação e filosofia de uma EA comprometida com a emancipação humana, com a interpretação crítica da realidade, com o diálogo e com a diversidade de leituras e propostas de soluções?
Como ser pragmático, no sentido de acolher os recém chegados, construir alianças, enfrentar os desafios comuns, mas sem omitir as divergências, sem se deixar cooptar, sem ser engolido por discursos comprometidos com mudanças sem transformações, com a sobrevivência sem a melhoria da qualidade de vida de todos, com adaptação e mitigação do aquecimento global, mas não com a superação de suas causas estruturais no atual modo de produção e consumo?
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